Lá vai a lagarta outra vez
rastejando como pode
animalejo só e distante
que toda a gente sacode.
Lá vai a triste lagarta
que de tudo tem medo.
Vou contar-te um segredo:
Ela nem sempre foi assim.
Ela tinha tudo para ser feliz
tinha tudo para ser alguém.
Mas sem saber o que queria
deixou de haver magia.
Desencantou-se e fechou-se
no seu pequeno casulo
entoando tristes melodias
enquanto tu não aparecias.
Apareceste finalmente
e a lagarta acordou
deixou o torpor ir embora
e toda a lágrima que chorara.
E a pequena lagarta
voou em direcção à saída.
Furou as paredes do casulo
aquelas que a prenderam um dia.
Libertou-se da tristeza
e acendeu-se uma luz
de perfeita beleza
que a conduziu por fim
ao santuário da alegria,
deixando para trás a tristeza
que mal a conduzia.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias
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